sábado, 26 de janeiro de 2013

Regresso ao trabalho e à rebaldaria da Praça do Comércio...

A nova praça de táxis da P.Comércio (lado poente)
Depois de mais umas folgas eis que regressei hoje ao trabalho e com uma surpresa logo pela manhã. O serviço no circuito turístico da Carristur, fez com que na minha chegada matinal à Praça do Comércio me deparasse com uma nova praça de táxis. Este facto não causaria impacto ou estranheza e muito menos, merecia destaque, caso a mesma tivesse sido colocada num local adequado. Mas a Câmara Municipal de Lisboa insiste em querer surpreender-nos, ora com afirmações relativas à frota que a Carris coloca na Baixa de Lisboa, ora com alterações que em nada beneficiam os transportes públicos. Refiro-me concretamente à praça de táxis e respectiva sinalização que foi recentemente colocada em plena Praça do Comércio, junto ao terminal do eléctrico turístico, e no espaço até então, reservado a manobras e estacionamento de eléctricos a aguardar hora de partida e ou alugueres, não impedindo assim a circulação do restante tráfego na praça.

O então removido T10, que alegadamente impedia a mobilidade
Recordo que nesse referido espaço esteve durante muito tempo o eléctrico T10, tipo salão (ex-355), que servia de bilheteira e apoio ao serviço turístico ali prestado. Com a reformulação da Praça do Comércio, a Câmara Municipal de Lisboa exigiu então a retirada do eléctrico T10, que era cartão de visita e ponto preferencial de quem nos visita para obter uma fotografia e até, ponto de encontro para muitos lisboetas, alegando aquela entidade que o mesmo impedia a mobilidade dos peões, não se enquadrando igualmente no redesenho da praça. Em sua substituição foi colocado um quiosque sobre o passeio, que pelos vistos e no entender dos senhores arquitectos já não impede quem circula no passeio, ao contrário do eléctrico que estava permanentemente estacionado na estrada.

Depois de se investirem alguns euros...
Desde então, o espaço que já tinha os carris colocados durante a reformulação da praça ganhou corrente eléctrica e tornou-se bastante útil para quem ali tem de fazer reforço ao serviço turístico assim como para os alugueres que por vezes são requisitados, não impedindo o restante trânsito da praça. Agora a mesma Câmara Municipal de Lisboa que alegava a falta de mobilidade dos peões, decidiu colocar no mesmo espaço, uma praça de táxis, onde inclusive os clientes têm de ir para a estrada para poderem usufruir do serviço prestado pelos taxistas que já se julgam donos e senhores daquela praça.

Vale tudo, desde que foi colocada a sinalização vertical
Não admira portanto que ao longo do dia tenham surgido algumas confusões até porque os próprios condutores dos táxis não se entendem entre eles. Uns em espinha, outros longitudinais e uns de qualquer maneira, vale tudo para aguardar por um cliente nem que para isso o eléctrico tenha de aguardar que se decidam a desviar um pouco o táxi para se poder passar até à paragem, alegando que estão na praça de táxis...

Assim sendo, quando já pensava ter visto de tudo nesta cidade, eis que Lisboa volta a marcar a diferença, com uma medida que uma vez mais não ajuda em nada os eléctricos, que já costumam sofrer bastante com o trânsito que não os respeitam, apesar de se ouvir constantemente nas campanhas autárquicas que os candidatos ao cargo de presidente da capital, prometem fazer muito em prol do eléctrico porque é um símbolo activo da cidade. E o que se vê é uma rebaldaria total, onde acabamos por ser surpreendidos com peões que se atravessam à frente do eléctrico para poderem entrar num táxi que está parado onde devia estar um eléctrico. Sr. Dr. António Costa, está uma vez mais de parabéns por esta excelente medida em prol da mobilidade e segurança dos lisboetas e de quem nos visita. 

E as traseiras dos táxis não impedem a mobilidade dos peões?
Resumindo, e além de tudo o que já referi, gastou-se dinheiro em carris e rede aérea no caso da Carris e em pinos que delimitavam o estacionamento do eléctrico, por parte da autarquia, para agora serem destruídos por quem passou a usufruir daquele espaço, já que os eléctricos já nem lá conseguem entrar porque os senhores da CML decidiram ainda sinalizar a mesma praça de táxis, na via junto aos carris. Bravo! E tudo era tão fácil de se resolver e até mesmo evitável. Até porque a situação repete-se no lado oposto, onde a par da Praça de táxis estão 4 suportes para estacionamento de bicicletas que devem ter sido utilizados apenas por 2 bicicletas até à data. Removia-se dois dos referidos suportes e aumentava-se a praça de táxis, passando a existir apenas uma praça de táxis em condições e não duas sem condições. Se tenho algo contra os taxistas? Não, pois estão a trabalhar como eu trabalho. Se estou indignado? Estou, porque só mesmo em Portugal se vê disto! Se estou surpreendido?... Não, porque em Lisboa acho que afinal, já nada me surpreende.

Resta-me então terminar, desejando a todos boas viagens a bordo dos veículos da CCFL enquanto estes conseguirem circular pelas ruas de Lisboa, sem barreiras... 


5 comentários:

CR 35 disse...

Não me digam que puseram lá um placa a dizer que podem lá parar táxis!definitivamente este Presidente da CML é mesmo contra os transportes públicos.DEMITA-SE SR.Presidente e deixe quem sabe de mobilidade toamr as rédeas já que nem burros consegue comandar.

CR 35 disse...

O eléctrico de apoio ficava mal ,agora com estes poluidores já fica bem.De facto este presidente só lida com burros.Além de os sinais verticais estarem na via deixa a sensação de que os eléctricos de turismo vão sentir dificuldades de pararem ou saírem com estes poluidores que embelezam mais a praça.DEMITA-SE SR.PRESIDENTE.Futuros presidentes por favor não usem a CML como trampolim para as aspirações políticas .

Julio Amorim disse...

Realmente se o eléctrico ficava mal....enfim.

Anónimo disse...

Algum dia ainda vai voltar aos autocarros, se isto continua assim, Rafael...

César disse...

Ainda não tinha visto. ¡¡¡CREDO!!! Está pior que mau, mas é resultado da macacada que fizeram com o estreitamento da via dos autocarros e aquela terceira via peregrina no centro do corredor dos eléctricos. Deixou de haver espaço para uma praça de táxis onde ela deveria estar. Mas enfim, é aquilo a que temos direito...

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